O diamante conhecido por “ESTRELA DO SUL”, ganhou notoriedade por algumas razões. Foi o primeiro diamante brasileiro que ficou conhecido mundialmente. Adicionalmente, como poucos diamantes mundo afora, sua história foi muito bem documentada.

De acordo com Dufrénoy (1856), no fim do mês de julho de 1853, uma escrava que trabalhava no garimpo do rio Bagagem, próximo à atual cidade de Estrela do Sul (nome dado pelos portugueses devido à descoberta desse diamante), Minas Gerais, achou o diamante que pesou 261.38 quilates (convertidos do peso da época, 254.5).

Pela descrição de Dufrénoy, o diamante bruto media 42x35x27 mm. Como recompensa pela grande descoberta e por ter entregue o diamante aos donos do serviço do garimpo, a escrava, além de ter conquistado sua alforria, obteve também de seu senhorio, uma pensão vitalícia.

Sendo assim, por mais de um século, o “Estrela do Sul” manteve o posto de maior diamante já encontrado por uma mulher. Somente em 1967, no Lesoto, Ernestine Ramaboa, superou o feito da escrava alforriada, encontrando um surpreendente diamante de 601,26 quilates.

Como mineralogista e professor no Museu de História Natural de Paris, o francês, A. Dufrénoy, e seu ssociado M. Lemaître, nos proporcionou, em primeira mão, uma descrição detalhada da gema da qual era formado o “Estrela do Sul”.
O primeiro dono desta pedra foi um tal de Cassimiro, que a vendeu imediatamente após sua descoberta por 3,000
libras, aparentemente abaixo de seu valor no mercado internacional.

diamante  Diamante

Dois anos depois de ter sido vendido, o Estrela do Sul” ainda em bruto, foi revendido por 35,000 libras e em 1855 foi exibido na Feira Industrial de Paris. Naquele momento, pertencia a Messrs. Diz a história que os irmãos Halfen, comerciantes de diamantes em Paris, batizaram o diamante, de “Estrela do Sul ou “Étoile du Sud”.

Entre 1956 e 1857, o “Estrela do Sul” foi levado para Amsterdam para ser lapidado pelo Sr. Voorzanger, da empresa Coster. O processo de lapidação demorou três meses. A forma de travesseiro oval (elongated cushion) adotada, uma forma elegante, permitiu um reflexo melhor da luz. As medidas finais da pedra lapidada 35x29x19, caracterizava um brilhante de grande face. A cor foi descrita como “rosa bastante pronunciado” ou “decididamente rosa”. Depois de lapidado, o Estrela do Sul ficou com 128.48 quilates.

O “Estrela do Sul” foi revendido e incrustado no fabuloso colar juntamente com outro espécime também oriundo do Rio Bagagem o “English Dresden” (motivo de outra história) de propriedade do Marajá de Boroda e lá permaneceu por mais de 80 anos.

Somente em 2001, depois de mais de 50 anos sem ser noticiado, o “Estrela do Sul” foi apresentado por pessoas que não quiseram se identificar, para certificação no Gubelin Gem Lab, que analisou e apresentou uma descrição detalhada do brilhante:

Peso: 128.480 quilates.
Lapidação: Antique Cushion, levemente assimétrico.
Dimensões: 34.21×28.10×18.72 mm;
Medidas da Mesa: 21.10×18.80
Profundidade total: 66,6%
Cor: Fancy Light Pinkish Brown – Leve marrom róseo.
Pureza: VS2 – very small inclusions
Tipo: Type IIa.

colar com diamante estrela do sul

Do Livro “GEMS & GEMOLY IN REVIEW – COLORED DIAMONDS” – JOHN M. KING

 

Autor: Carlos Morato Dias, Estrela do Sul Mineração Ltda.